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| Foto: Shutterstock | 
Quem procura inovar na Educação nunca estará completamente pronto.
 Hoje, você pode levar tablets para sua escola e amanhã, óculos de 
realidade virtual. Mas e, depois disso? Qual será a próxima novidade? 
Por essa razão, o Bett Brasil Educar 2016,
 maior evento em tecnologia educacional da América Latina, do qual 
participei, veio com uma mensagem muito forte sobre a importância da 
formação dos professores para o uso das ferramentas digitais.
Nós, educadores, estamos sempre nos atualizando, buscando formas mais
 eficientes ou envolventes de ensinar e aprender. Isso não implica 
aceitar qualquer ferramenta em nome de ser moderno. Escolher aquelas que
 mais atendem às demandas da sua escola é um processo que requer tempo e
 pesquisa, principalmente com o boom de tecnologia educacional. 
“É preciso conhecer tecnologia até para dizer não a ela”, disse Ligia 
Leite, ex-vice-presidente da Associação Brasileira de Tecnologia 
Educacional (ABT), em sua palestra no evento. “Sem essa competência, o 
professor acaba tendo que aceitar tudo o que lhe é empurrado”.
Basta ver como os materiais didáticos analógicos estão perdendo 
popularidade quando comparamos com os materiais didáticos feitos 
exclusivamente para o meio virtual, que estão em pleno crescimento desde
 2012. Um exemplo é o aumento de 70% na oferta do ensino à distância 
entre 2005 e 2015, de acordo com a Associação Brasileira de Ensino a 
Distância (Abed).
Além disso, há iniciativas como a Geekie,
 que estão atingindo estudantes de todo o país, tanto dentro quanto fora
 da escola. Uma de nossas plataformas de aprendizagem adaptativa, o Geekie Games,
 por exemplo, está em todos os estados brasileiros. Neste ano, aliás, 
nos tornamos parceiros do programa nacional Hora do Enem, com potencial 
de impactar 2,2 milhões de jovens do 3º ano do Ensino Médio que estão se
 preparando para a prova.
Chegamos em um momento em que a tecnologia não pode mais ser ignorada
 pelas escolas. Para Maria Elizabeth de Almeida, educadora e 
pesquisadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), 
“o maior desafio, depois de superadas as dificuldades de infraestrutura,
 é que os educadores compreendam o potencial pedagógico da tecnologia”. 
Por isso, Paulo Blikstein, professor da Escola de Educação e do 
Departamento de Ciência da Computação da Universidade de Stanford, 
defende que para cada dólar investido em tecnologia educacional, outros 
nove deveriam ser investidos em treinamento.
Isso vai de acordo com o que dizem todas as pesquisas realizadas 
recentemente: para melhorar índices educacionais, é preciso investir no 
professor. De acordo com a pesquisa The Long-Term Impacts of Teachers (O Impacto dos Professores a Longo Prazo,
 em tradução livre), realizada pelas universidades Columbia e Harvard, 
nos Estados Unidos, os estudantes que tiveram ótimos docentes chegam a 
ganhar R$ 90 mil a mais ao longo da carreira.
Precisamos, portanto, de educadores preparados para encarar as 
mudanças trazidas pelo século 21 e que já começaram a mexer com os 
alicerces da escola. E essa necessária “alfabetização tecnológica”, 
segundo Lígia Leite, só acontecerá com uma parceria que envolva 
políticas públicas efetivas, infraestrutura acessível de qualidade e 
instituições de ensino que apostem na capacitação da equipe.
Um abraço,
Claudio Sassaki
