Por: Larrissa Darc
Que tal levar os alunos para um intercâmbio sem sair da escola?
Acredite, é mais simples do que você pensa. Um computador ou um celular
com acesso à internet e uma boa dose de imaginação bastam para
desenvolver um projeto desse.
Aplicativos e programas como o WhatsApp, o Viber, o Google Hangouts, o FaceTime (disponíveis apenas para aparelhos da Apple) e o Skype
permitem fazer chamadas em vídeo e, assim, colocar os estudantes em
contato com pessoas de diferentes lugares. Imagina, então, você propor
aos alunos que eles pratiquem o inglês com estudantes de uma escola da
Austrália? Ou, então, colocar a turma em contato com algumas crianças de
uma tribo indígena quando estiverem estudando esse tema?
Foi
exatamente isso que a professora Josane Batalha, de uma escola
particular do interior de São Paulo, fez ao perceber as potencialidades
dessas ferramentas. Certificada pela Microsoft Innovative Educator Expert,
Josane teve a ideia de usar o Skype quando pesquisava sobre a questão
indígena para as aulas de História e Geografia. “Eu trabalhava com o
conteúdo do livro, mas aquilo estava longe da realidade. As crianças não
conseguiam ter noção de como são os índios de hoje e ficavam presas ao
estereótipo”, explicou a professora. Para fugir disso, ela começou a
pesquisar notícias mais atualizadas sobre essas populações para levar
para a sala de aula. Acabou encontrando a Organização de Desenvolvimento
Cultural e Preservação Ambiental Ama-Brasil, referência no assunto.
“Entrei em contato com a equipe da entidade que me falou de uma escola
indígena que tinha acabado de receber alguns notebooks. Foi daí que
surgiu a ideia de promover essa troca”, completa.
Os alunos do 4º
ano da professora Josane puderam compartilhar dúvidas com as turmas do
4º, 5º e 6º ano da Emef Profº Antônio de Sousa Pedroso, conhecida como
Escola Borari, localizada em Alter do Chão, distrito a 30 quilômetros de
Santarém, no Pará, que contaram aos colegas de São Paulo, sobre as suas
tradições, meios de transporte e rotina escolar.
Em outra
conversa, foi a vez dos estudantes paulistas dividirem com a garotada
paraense informações sobre a crise hídrica. “Nós falamos sobre a
importância de cuidar da água por conta da seca que enfrentamos
recentemente, algo sobre o qual eles nunca tinham se preocupado por
conta da abundância de água que existe na região”. Para a professora,
esse projeto fez toda a diferença no aprendizado das crianças sobre o
tema e revelou uma grande oportunidade de se trabalhar outros conteúdos.
Ficou
com vontade de fazer algo parecido? O Skype tem três possibilidades de
uso, todas gratuitas, que podem ser usadas na sua aula:
A
ferramenta lançada recentemente permite que os estudantes conversem com
qualquer pessoa que fale outro idioma mesmo que não se tenha domínio
sobre ele já que o programa realiza traduções simultâneas em sete
línguas, incluindo o português, para chamadas de voz e de vídeo e mais
de 50 para mensagens de texto. Estão estudando os planetas do sistema
solar? Que tal colocar a turma em contato com pesquisadores da NASA? As
possibilidades se tornam infinitas.
Nessa
modalidade, você marca data e hora para que um especialista participe
de uma transmissão ao vivo para a turma. É uma excelente oportunidade de
os alunos entrarem em contato com escritores, cientistas, médicos,
entre tantos outros profissionais, que podem contribuir para a
compreensão de um tema que faça parte do seu planejamento.
Que
tal fazer as malas e entrar em um avião sem saber onde vai desembarcar?
Essa é a proposta desse jogo. Para participar, basta optar por um dia e
horário, avisar sobre a disponibilidade e realizar uma chamada. A
ferramenta colocará a turma em contato com outros alunos escolhidos
aleatoriamente. O objetivo? Adivinhar de onde são os estudantes, fazendo
perguntas e trocando experiências. Ah, lembre-se! Essa opção é mais
indicada para turmas afinadas no inglês, afinal, como diferentes países
participam da plataforma é mais fácil que todos se comuniquem nessa
língua.
Agora é só ligar o computador, procurar o recurso mais
adequado para o conteúdo previsto no seu planejamento e ultrapassar as
barreiras das paredes da sala de aula.