quinta-feira, 28 de junho de 2018

Atenção, gestores e professores de São Sepé!!!

Curso de Formação Continuada para Gestores Escolares e Professores de todas as áreas do conhecimento escolar.

O período destinado às inscrições foi ampliado para  até 20 de julho, portanto, aguardamos a sua inscrição e posterior participação!

Site para inscrição nos cursos: http://www.comung.org.br/





terça-feira, 26 de junho de 2018

Aprendizagem significativa e mapas conceituais


por: Paula Gobato

Quando falamos de aprendizagem ativa, ou seja, a aprendizagem que coloca o aluno no centro do processo educativo, considerando sua capacidade de desenvolver novos saberes, podemos considerar um grande rol de possibilidades, atividades, cenários, dinâmicas, etc. No meu último texto publicado na Entretanto, falei sobre a Aprendizagem Baseada em Problemas, que tratou sobre uma metodologia de ensino ativa e que conta com o aluno, trabalhando colaborativamente, como protagonista e o professor como um facilitador e mediador entre o conhecimento e o aprendiz através da resolução de problemas previamente estruturados e contextualizados.

Levei algo para aquele texto de maneira muito discreta, mas que será o tema principal deste artigo: a aprendizagem significativa. Continuando na linha da aprendizagem ativa, vou explorar um pouco sobre outras ferramentas desta modalidade, como os organizadores gráficos, mais especificamente os mapas conceituais, fazendo sua relação com o conceito de aprendizagem significativa.

A elaboração de mapas conceituais e a sua interpretação vão além da simples visualização de informações gráficas, pois também envolve habilidades de interpretação que têm seu desenvolvimento iniciado logo na etapa de alfabetização do indivíduo. É importante que a alfabetização ocorra na perspectiva do letramento, que se preocupa com a aplicação da leitura de símbolos, frases e textos no convívio em sociedade e permite ao indivíduo compreender seu espaço e sua participação na comunidade, ou seja, por meio do letramento, desenvolvemos habilidades de leitura e escrita relacionadas às práticas sociais do nosso meio (SOARES, 1999).

Em consequência, a informação visual é interpretada por nós, porém, depende de toda nossa bagagem psicológica, cultural e social, e são estes aspectos que irão definir como nos relacionamos com os fatos e como os interpretamos (DONDI, 2003). Essa percepção visual nos permite fazer interpretações de informações contidas em gráficos, imagens e, claro, mapas conceituais (BRANCO, 2003). A partir daí, o leitor mobiliza conhecimentos prévios a respeito do tema e novos significados surgem a partir da interpretação, ressignificando a imagem e reestruturando as ideias (CARVALHO, MONTEIRO, CAMPOS, 2010).

Dessa forma, ao unir imagens com a leitura, surgiram os organizadores gráficos, que têm, como principal foco, a organização visual de informações e conceitos de modo a facilitar a compreensão e a interligação entre eles. São estruturas que foram criadas baseadas na Teoria da Aprendizagem Significativa, desenvolvida por David Ausubel na década de 1960 (AUSEBEL, 1963).

Com esta teoria, Ausubel propõe, resumidamente, que a base do processo de aprendizagem do indivíduo é o relacionamento entre aquilo que ele já sabe, que são seus conhecimentos prévios e que já estão incorporados à sua estrutura cognitiva, com as novas informações advindas de seus estudos, sua atuação científica, social, pessoal, educacional, social e etc., gerando significado.

Ao confrontar as novas informações com aquilo que já sabe, novos significados são gerados, assim como novas compreensões, resultando no aprendizado. Ausubel ainda aponta que a aprendizagem que ocorre sem a atribuição de significados pessoais e advindos da trajetória do sujeito é uma aprendizagem mecânica e não significativa (MOREIRA, 2010).

Neste sentido, os organizadores gráficos, em especial os mapas conceituais, foram criados com o objetivo de auxiliar na organização do pensamento, no cruzamento de conhecimentos prévios e novos, e as conexões entre si, além de permitirem a visualização gráfica e a aprendizagem ativa do aluno. Podemos citar aqui alguns organizadores gráficos eficientes, porém, nosso foco são os mapas conceituais:

Diagrama de Ishkawa (ou espinha de peixe): um diagrama de causa e efeito, que propõe a conexão de causas a um efeito em comum através de um Brainstorm e organizados em uma estrutura semelhante a uma espinha de peixe, sendo a cabeça o evento principal e cada ramo da espinha as causas possíveis.


- Diagrama de Venn: é composto por dois círculos com uma intersecção entre eles. Este diagrama compara dois elementos, em cada círculo são descritas as características exclusivas de cada um e, na intersecção, as características que ambos têm em comum.

Quadro S-Q-A: um quadro de três colunas que permite a coleta de conhecimentos prévios, as expectativas em relação a um assunto e o que foi aprendido de fato. Na primeira coluna (S) o autor do quadro insere o que já sabe sobre o assunto em pauta, na segunda coluna (Q), são descritas as questões e expectativas em relação o que o autor gostaria de aprender e, na terceira coluna (A), o que foi aprendido.

Além dessas, ainda podemos citar linhas do tempo, circulo de conceitos, diagrama V (ou diagrama de Gowin) e os próprios gráficos numéricos e infográficos que estamos acostumados a utilizar e a ler em notícias de jornais, revistas, online, etc.

Os mapas conceituais foram desenvolvidos na década de 1970 por Joseph Novak como uma ferramenta que atende diferentes estilos de aprendizagem e baseada na teoria da aprendizagem significativa de Ausubel e que permite o desenvolvimento de habilidades intelectuais, cognitivas, organizacionais, entre outras.

É importante diferenciar mapas mentais de mapas conceituais: o primeiro organiza palavras e frases que estão conectadas, porém, não são realizadas associações e não há uma organização hierárquica. Já os mapas conceituais incluem flechas, conectores, símbolos e frases ou palavras de conexão para mostrar o relacionamento entre os elementos do mapa.

O mapa conceitual tem uma estrutura hierárquica, que se desdobra de cima para baixo, do conceito principal para os conceitos secundários que o compõem e que estão relacionados a ele. As conexões são realizadas por flechas, linhas contínuas ou tracejadas e palavras de ligação. Quando dois ou mais conceitos são relacionados por um conector e palavras de ligação, forma-se uma unidade semântica chamada de preposição (PEÑA et al., 2005). A partir desta estrutura básica, o autor do mapa conceitual pode criar outras regras para atingir o objetivo do organizador, como definir figuras geométricas que alojam conceitos diferentes, comprimento das linhas conectoras que indica maior ou menor relação, entre outras que dependem da criatividade e da mensagem que se deseja transmitir.

A partir desta estrutura, é possível que o aluno (ou qualquer outro indivíduo, já que mapas mentais são utilizados em diversos contextos) organize seu pensamento e relacione novas ideias com aquilo que ele já compreendia, além de exercitar e desenvolver habilidades relacionadas a esta tarefa. Também exercita a interpretação visual e a visualização de dados gráficos, ampliando seu conhecimento e compreensão do meio em que está inserido.

Os mapas conceituais também podem ser utilizados como ferramentas avaliativas, mas sempre considerando que, assim como proposto na teoria da aprendizagem significativa, o conhecimento tem a influência das experiências pessoais e prévias, significando que dois mapas conceituais sobre o mesmo assunto e elaborados por pessoas diferentes nunca serão iguais. Muitas vezes, nem mesmo dois mapas realizados pelo mesmo indivíduo podem ser iguais, pois o aprendizado e a estrutura cognitiva são dinâmicos, resultando, assim, em diversos pontos de vista e interpretações. Dessa forma, a avaliação deve levar em conta que não existe um mapa conceitual correto e preocupar-se em avaliar qualitativamente o conhecimento e aprendizagem significativa que são transmitidos pelos conceitos e interligações representados nos mapas (MOREIRA, 2010).

Enfim, a aprendizagem significativa, intimamente ligada aos organizadores gráficos, representa uma gama de possibilidades de trabalho em sala de aula, sempre procurando atender ao diferentes modos de aprender e valorizando aquilo que nossos alunos já conhecem, tornando-os protagonistas da própria aprendizagem e dando maior significado àquilo que estão vivenciando. É uma atividade que se permite ser trabalhada em grupo, colaborativamente, para sua construção.

Para saber mais sobre mapas conceituais e aprendizagem significativa:


Referências Bibliográficas

MOREIRA, M. A. Mapas conceituais e aprendizagem significativa. São Paulo: Centauro Editora, 2010.

AUSUBEL, D. P. The psychology of meaningful verbal learning. New York: Grune & Stratton, 1963.

BRANCO, V. M. A. Visualização como suporte à exploração de uma base de dados pluviométricos. 2003. Dissertação (Mestrado em Ciências da Computação e Matemática Computacional) – Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2003.

CARVALHO, L. M. T. L.; MONTEIRO, C. E. F.; CAMPOS, T. M. M. Aspectos visuais e conceituais envolvidos na interpretação de gráficos. Revista Iberoamericana de Educación Matemática, n. 24, p. 135-144, 2010.
DONDI, D. A. Sintaxe da linguagem visual. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

MOREIRA, M. A. Mapas conceituais e aprendizagem significativa. São Paulo: Centauro Editora, 2010.

PEÑA, A. O.; BALLESTEROS, A.; CUEVAS, C.; GIRALDO, L.; MARTÍN, I.; MOLINA, A.; RODRÍGUEZ, A.; VÉLEZ, U. Mapas conceituais: uma técnica para aprender. São Paulo: Edições Loyola, 2005.

SOARES, M. Letramento: um tema em três gêneros. São Paulo: Autêntica, 1999.

quarta-feira, 13 de junho de 2018

NTE UFSM inscreve para a Oficina de Planilha Eletrônica Nível Básico


A Equipe de Capacitação do NTE informa que estão abertas as inscrições para o curso Oficina de Planilha Eletrônica Nível Básico (1ª turma) até 24 de junho. As inscrições podem ser feitas pela página do NTE, na guia "Capacitações" ou em "Cursos de Capacitação de 2018".

A capacitação tem como público-alvo professores da UFSM, profissionais do sistema UAB/UFSM (tutores e professores pesquisadores), servidores técnico-administrativos da UFSM, professores da rede básica de ensino e alunos de pós-graduação da UFSM.

Mais informações pelo e-mail equipecapacitacao@cead.ufsm.br ou pelo telefone 3220-9512.


segunda-feira, 14 de maio de 2018

Está na hora de usar mais (e melhor) seu PowerPoint

A ferramenta oferece muitas possibilidades, de jogos de memória a quiz 

Por: Débora Garofalo 
 
Foto: Getty Images   
Mais conhecido como programa para apresentações, o Power Point é uma ferramenta versátil e interativa, que permite criar quebra-cabeças, jogos de memória, quiz e atividades de correspondência – a partir da criação de textos, gráficos e tabelas em sala de aula. Fácil de usar, o Power Point permite o trabalho colaborativo, tanto em computadores quanto dispositivos móveis, como celular e tablets.
 
Todos esses recursos podem servir à estratégia de aprendizagem, em que o docente pode explorar habilidades e competências diante do currículo em qualquer área do conhecimento. As estratégias utilizadas para vencer cada etapa e desafio contribuem para que os alunos aprendam fazendo, utilizando a expressão “learning by doing”. No caso dos jogos, os estudantes se tornam “fazedores” (makers), protagonistas do seu aprendizado, não apenas consumidores. 
 
Jogos

Embora não seja um software específico para criar games, com o Power Point é possível montar produções mais básicas até de nível avançado. No processo, os alunos desenvolvem senso crítico, inventividade e raciocínio lógico. Eles se envolvem mais profundamente no objeto de estudo e o ensino torna-se personalizado.

Os recursos de animação do programa permitem que as imagens apareçam, desapareçam, avancem ou retrocedam. Há ainda a possibilidade de inserir botões e links com ações.
Nesta ferramenta, o desenvolvimento de jogos é um precursor ao ensino de programação em softwares como o Scratch, por trabalhar com scripts e narrativas para o desenvolvimento do jogo, como personagens, cenário, enredo.

A seguir deixo um passo a passo de como criar jogos com os estudantes.

Criando um jogo

- Abra o Power point no computador.
- Crie uma apresentação nova pressionando as teclas CTRL+N
- No primeiro slide, coloque o nome do seu jogo na caixa de título.
- Na caixa de subtítulo, escreva “Clique aqui”.
- Crie um novo slide, um com o título e um texto, clicando em inserir novo slide.
- Selecione a caixa “clique aqui” e faça um link para o slide 2, selecionando com o botão direito do mouse em hyperlink.
- Uma caixa irá aparecer e você deverá escolher o que colocar nesse documento. Escolha títulos dos slides e em seguida, slide 2.
- Crie um cenário para este slide e opções para interagir com o cenário. Por exemplo: você tem muito lixo para separar; agrupe os materiais no local correto: papel de bala; garrafa de água; copo de vidro; papel.
- Selecione cada opção e link em outro slide que apresente um novo cenário. Este novo cenário irá apresentar ao jogador as consequências da sua escolha, como por exemplo, o que ocorre com o meio ambiente quando descartamos algo irregular. Deve haver escolhas corretas e erradas.
- Continue a montar a sequência de slides linkados até um resultado final. Um determinado número de erros fará com que o jogador vá para um slide com os dizeres “repense suas atitudes” e escolhas “corretas”, levará a estímulos como “Parabéns! Você está salvando o meio ambiente”.
 
 
 
Algumas dicas  
 
Roteiro. Junto aos estudantes, planeje o roteiro, envolva aspectos cômicos. O enredo do jogo é um fator chave para determinar se as pessoas irão jogar. O storyboard, que é um esboço sequencial de ilustrações e/ou imagens, pode ajudar nesse momento de construção.
Ferramentas. Use a caixa de ferramentas de controles para adicionar objetos como botões e caixa de texto.
Socialização. Compartilhe o jogo em redes sociais e também em redes da escola, como blogs e sites.
Recursos. Use e abuse de imagens, cores, efeitos sonoros e até filmes para deixar o jogo atraente.

O professor orientador de Informática Educativa André de Oliveira Torres da EMEF Doutor Antônio Carlos de Abreu Sodré, da Cidade de São Paulo, está desenvolvendo com os alunos das classes do 8º ano a elaboração de jogos de alfabetização para desenvolver habilidades no uso de hiperlinks. Ele faz o mesmo em jogos com os estudantes do 1º ano do Ensino Fundamental I para auxiliar no processo de alfabetização a partir da escrita de palavras em um banco de palavras. Clique aqui para ter acesso a um dos jogos que está em desenvolvimento.

E você, querido professor, como usa o Power Point com os seus alunos? Conte aqui nos comentários e fortaleça práticas inspiradoras em Nova Escola.

Um grande abraço,

Débora Garofalo é professora da rede Municipal de Ensino de São Paulo, Formada em Letras e Pedagogia, Mestranda em Educação pela PUCSP, colunista de Tecnologias para o site da Nova Escola. 

Fonte: https://novaescola.org.br/conteudo/11718/esta-na-hora-de-usar-mais-e-melhor-seu-powerpoint

terça-feira, 24 de abril de 2018

Programa Educacão Conectada

O Programa de Inovação Educação Conectada, instituído pelo Decreto n° 9.204, de 23 de novembro de 2017, tem por objetivos apoiar a universalização do acesso à Internet em alta velocidade e fomentar o uso pedagógico de tecnologias digitais na educação básica. A implementação do programa está prevista para acontecer até 2024, de maneira a contemplar, gradualmente, escolas urbanas e rurais em três fases: Indução, Expansão e Sustentabilidade.
O MEC já iniciou a primeira fase, a de Indução, com apoio à infraestrutura para as redes selecionadas (aquelas que atenderam aos critérios específicos para a fase, observado o disposto no parágrafo único do art. 4º, da Portaria MEC nº 1.602, de 28 de dezembro de 2017), contemplando 22.400 escolas urbanas com Internet terrestre; e 6.500 escolas rurais com Internet via satélite; distribuídas em cerca de 2.000 municípios de todos os estados brasileiros.
As redes selecionadas nessa primeira etapa de implementação realizaram a adesão até o dia 18 de abril, via Simec. Agora é vez das escolas. A interface para que elas realizem a adesão está disponível no sistema PDDE Interativo, até o dia 26 de abril. Para ajudar as escolas nesse processo, o Ministério da Educação (MEC) elaborou um passo a passo. Para acessá-lo, clique no link: https://undime.org.br/uploads/documentos/phpF6s0NL_5ad89a8122000.pdf.
Segundo o Ministério, o aporte financeiro será liberado via PDDE, com previsão de pagamento para maio de 2018. Se a escola foi selecionada para conexão via terrestre é preciso preencher o Plano de Aplicação Financeira para concluir a adesão.

Acesse o vídeo com informações sobre essa fase e saiba mais:


 

Vale lembrar que o programa tem ações gradativas até 2024, em todas as suas fases e dimensões.

Fonte: https://undime.org.br/noticia/23-04-2018-16-58-educacao-conectada-escolas-tem-ate-26-de-abril-para-aderir-ao-programa-no-pdde-interativo

sexta-feira, 9 de março de 2018

Projeto Pensamento Computacional para Todos

Pesquisa desenvolvida durante o doutorado do Prof. Dr. ‎Christian Brackmann‎  no PPGIE - UFRGS / Cinted - Centro Interdisciplinar de Novas Tecnologias na Educação sob orientação dos professores Dante Augusto Barone e Ana Casali. Com apoio de Lauren Steffen / SECOM IFFAR.

Mais informações em: http://www.computacional.com.br/

Programa "Como Será?" - Rede Globo 03/mar/18 

Clique na imagem e assista o vídeo
http://g1.globo.com/como-sera/noticia/2018/03/tecnologia-acessivel-para-estudantes.html

Fonte: http://g1.globo.com/como-sera/noticia/2018/03/tecnologia-acessivel-para-estudantes.html


terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Oportunidade de Formação!!!

Processo Seletivo do Curso de Mestrado Profissional em  Educação Profissional e Tecnológica



Edital Programa de Pós-graduação em Educação Profissional e Tecnológica - ProfEPT - Exame Nacional de acesso 01/2018.

Edital: 01/2018 de 25/01/2018

Inscrições: 15/02/2018 00:00 a 04/03/2018 23:59

Pedidos de Isenção: 15/02/2018 00:00 a 21/02/2018 23:59
Realização do Exame Nacional de Acesso: 15/04/2018

Vagas e instituições parceiras no Rio Grande do Sul:

IFFAR – Campus Jaguari - Jaguari (RS) - 24 vagas;
IFRS – Campus Porto Alegre - Porto Alegre (RS) - 24 vagas;
IFSUL – Campus Charqueadas  - Charqueadas (RS) - 24 vagas.

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

16 sites de pesquisa acadêmica que farão você esquecer do Google


O Google é o líder de pesquisas em todo o mundo, mas os seus  resultados apresentam um problema: nem sempre a informação é confiável. O Google indexa uma infinidade de sites sem levar em conta a veracidade dos conteúdos e os resultados das buscas sofrem interferência da publicidade. É essencial estar atento e separar as informações relevantes na hora utilizar o mecanismo de busca para trabalhos acadêmicos.
 
Entretanto, há outros buscadores que apresentam conteúdos confiáveis e úteis para a sua pesquisa. Muitas bibliotecas disponibilizam a informação que você precisa sem qualquer tipo de interesse econômico. Há também uma infinidade de sites de busca acadêmica, bancos de dados científicos, portais científicos e publicações eletrônicas disponíveis livremente. Conheça algumas:

Scielo – Scientific Electronic Library Online.  É uma biblioteca eletrônica que abrange uma coleção selecionada de periódicos científicos.

Dialnet – é uma das maiores bases de dados com conteúdos científicos nas línguas ibero-americanas e conta com vários recursos: artigos de revistas, revisões bibliográficas, livros, anais de congressos, teses de doutorado. O objetivo é integrar o maior número possível de conteúdos, fornecendo, na medida do possível, acesso a textos completos.

WorldWideScience – é um porta para a ciência global, composto por bases de dados nacionais e internacionais e portais científicos. É multilíngue e fornece em tempo real os resultados da pesquisa e a tradução do conteúdo.

Google Acadêmico – fornece de uma maneira simples acesso à conteúdos acadêmicos.  É uma ferramenta de pesquisa do Google que permite pesquisar em trabalhos acadêmicos, literatura escolar, jornais de universidades e artigos variados.

Scholarpedia – é uma enciclopédia de acesso gratuito a textos revisados ​​e mantidos por especialistas acadêmicos de todo o mundo. Scholarpedia se inspira na Wikipédia e tem como objetivo fornecer um tratamento aprofundado aos conteúdos acadêmicos.

Academia.edu  é uma plataforma para que os acadêmicos possam compartilhar seus trabalhos de pesquisa. São mais de 33 milhões de acadêmicos inscritos, 10 milhões de artigos e aproximadamente 2 milhões de pesquisas adicionadas.

Springer Link – proporciona aos pesquisadores acesso a milhões de documentos científicos de revistas, livros, séries, protocolos e trabalhos de referência.

RefSeek – é um mecanismo de busca na web para estudantes e pesquisadores que visa tornar a informação acadêmica acessível a todos. RefSeek busca em milhões de documentos, incluindo páginas da web, livros, enciclopédias, revistas e jornais. Oferece aos estudantes uma ampla cobertura de assuntos sem sobrecarregar o mecanismo de busca, aumentando assim a visibilidade de informações acadêmicas, muitas vezes perdidas em links patrocinados e resultados comerciais.

CERN Document Server – acesso a artigos, relatórios e conteúdos multimídia sobre física de partículas.

Microsoft Academic – é um mecanismo de busca gratuito para publicações e conteúdos acadêmicos. A pesquisa é semântica, fornecendo resultados relevantes e atualizados.

JURN – é uma ferramenta de busca única para encontrar artigos acadêmicos e livros gratuitos. Oferece um ampla cobertura de revistas eletrônicas nas áreas de artes e humanidades e do mundo natural e ecologia. JURN aproveita ao máximo o Google, mas concentra sua pesquisa através de um índice desenvolvido e aperfeiçoado por seis anos pela equipe do site.

Ciencia.Science.gov – busca em mais de 60 bases de dados e em mais de 2.200 sites de 15 agências federais, oferecendo 200 milhões de páginas de informação científica dos Estados Unidos, incluindo resultados de pesquisa e desenvolvimento.

BASE – Bielefeld Academic Search Engine. É um dos buscadores com mais quantidade de informação do mundo, especialmente para recursos acadêmicos de acesso aberto, desenvolvido pela Biblioteca da Universidade de Bielefeld na Alemanha. BASE oferece mais de 80 milhões de documentos de mais de 4.000 fontes, com acesso a textos completos de aproximadamente 60-70% dos conteúdos indexados.

ERIC – disponibiliza recursos relacionados à educação atual para a pesquisa e a prática.

ScienceResearch.com – coloca à disposição do público a sua tecnologia capaz de pesquisar na “deep web” e fornecer resultados de qualidade, apresentando conteúdos de outros sites de pesquisa. Os resultados são obtidos nas 300 coleções de ciência e tecnologia, eliminando os conteúdos duplicados e mostrando por relevância as informações, conforme a pesquisa.

iSEEK Education – é um buscador específico que reúne diversos recursos de universidades, do governo e dos provedores não comerciais estabelecidos. Proporciona uma pesquisa inteligente e uma biblioteca pessoal baseada na web para ajudar a localizar rapidamente os resultados mais relevantes.

Fonte: Julián Marquina

Fonte: https://bibliotecaucs.wordpress.com/2018/02/23/16-sites-de-pesquisa-academica-que-farao-voce-esquecer-do-google/

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Novo plano de tecnologia oferece mais opções e exige colaboração


Atualização da rede de internet e aquisição de computadores vai exigir plano que leva em conta visão sobre a importância da tecnologia, formação de equipes, recursos digitais e da infraestrutura 

por Vinícius de Oliveira

 

Sai a política do pacote fechado e único para todas as escolas e ganha espaço um modelo mais flexível e adaptado às necessidades dos alunos. Se de um lado tenta atender a uma antiga demanda, por outro cobra esforço e maior de colaboração da gestão pública. É isso o que está previsto no desenho do plano Educação Conectada anunciado pelo governo federal no final de 2017 e que começa a ter os primeiros desdobramentos. Para entender como diferentes setores dos governos estão se movimentando para avançar em relação ao PBLE (Plano Banda Larga nas Escolas), que em 2018 completa 10 anos de vida, o Porvir conversou com representantes do MEC (Ministério da Educação), do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) e do CIEB (Centro de Inovação para a Educação Brasileira), organização que foi parceira técnica na elaboração do plano.

De acordo com a nova política de tecnologia, as ações dos diversos níveis da administração pública precisam levar em conta quatro dimensões, aliás, as mesmas que constam na seção infraestrutura do guia Tecnologia na Educação publicado pelo Porvir em 2016, também com apoio do CIEB. São elas: visão, formação, recursos educacionais digitais e infraestrutura (clique para acessar o guia). Com elas em mente, gestores estaduais, municipais e escolares devem rodar um diagnóstico dentro de suas redes para avaliar o uso da tecnologia e criar um plano de inovação.

Segundo Renilda Peres de Lima, diretora de apoio às redes de educação básica do MEC, no relatório devem ser descritas todas as ações que serão desenvolvidas para inserir alunos, professores e gestores no ambiente de cultura digital. “O plano precisa responder como o gestor, o professor ou a escola desejam ampliar o acesso tanto do aluno quanto do professor a recursos e práticas inovadoras”, diz.

Em 2016, o CIEB rodou em 14 estados e no Distrito Federal uma versão semelhante à ferramenta de diagnóstico que será adotada dentro do Sistema Integrado de Monitoramento, Execução e Controle do MEC descobriu que infraestrutura é o principal gargalo (somente 3% das escolas contam com computadores dentro de todas as salas de aula) e a formação limita o uso da tecnologia durante as aulas (69% dos professores utilizam tecnologia apenas para preparar as aulas ou fazer apresentações).

Para redes que por iniciativa própria decidiram contratar um serviço mais rápido que os 2 Mbps oferecidos pelo PBLE e renovar os computadores em uso nas escolas, a diretora do MEC afirma que a intenção não é sobrepor, mas sim coordenar ações. “Tivemos um ano de discussão e maturação das propostas já existentes nos entes federados (estados e municípios) para aproveitar as políticas locais e levar assistência técnica e financeira para que a política de tecnologia seja colocada em prática com sustentabilidade”, diz Renilda. Essa parceria, segundo ela, é importante especialmente para a esfera municipal. “Existem muitos municípios com quadro reduzido de funcionários, escolas de difícil acesso e poucos recursos técnicos e financeiros, o que resulta em dificuldades para desenhar uma política local”, avalia.

Ao longo de 2018, o governo federal prevê investir R$ 255,5 milhões na atualização da infraestrutura e da conexão das escolas, o que inclui a ampliação da rede terrestre de banda larga, serviços de conectividade, infraestrutura de wi-fi, compra de dispositivos e aquisição de um satélite que vai levar internet de no mínimo 10 Mbps a escolas da zona rural.

Formação de professores e gestores

Como detectado pelo CIEB, a formação é um ponto crítico dentro da estrutura de tecnologia escolar e, pela proposta do Educação Conectada, serão criadas estruturas de articulação e coordenação dentro das redes para planejar e implementar com os gestores e professores as quatro dimensões previstas no plano. “O MEC está preparando um curso online em parceria com o CIEB para formar os articuladores e coordenadores. O sistema foi desenvolvido pela Universidade Federal de Goiás e já está indo para o ar para que os articuladores comecem os trabalhos nas próximas semanas”, diz Mairum Andrade, superintendente de inovação do CIEB. De acordo com as regras do programa, deve haver pelo menos um articulador local por ente federativo.

Segundo o MEC, cursos específicos para professores ainda estão em fase de desenvolvimento por universidades públicas. Na formação inicial, os currículos para o uso pedagógico da tecnologia terão obrigatoriamente que conversar com a BNCC (Base Nacional Comum Curricular). Enquanto isso, na formação continuada, a formação online deve ter trilhas alinhadas à BNCC e também cursos específicos sobre práticas mediadas por tecnologia ou voltadas outros recursos educacionais, como robótica.

Novos equipamentos

Desenvolver novas metodologias para diversificar o ensino vai exigir um novo esforço para renovar os equipamentos presentes nas escolas. Se na década passada a política foi pautada pelo acesso, agora, segundo Andrei Elias Amaral, assessor da diretoria de tecnologia do FNDE, a intenção é adquirir máquinas mais robustas, que tenham maior expectativa de vida, garantia ampliada e permitam o uso de simuladores e tarefas que vão além da simples pesquisa na internet – e não apenas em laboratórios, pois deve ser estimulado o uso de carrinhos de recarga que chegam com tablets e notebooks até a sala de aula.

Outra novidade é a abertura de uma frente para que seja possível aproveitar o dispositivo dos alunos (celulares, tablets ou computadores), com o devido monitoramento do acesso.

“Com um registro do aluno, usuário e senha, mesmo que o aluno use um dispositivo próprio, será possível rastrear o que ele está acessando. Antes, o FNDE recebia denúncias (de mau uso) e não havia como atender. Hoje, isso é obrigatório por conta do Marco Civil da Internet”, diz Amaral.

Para que isso seja possível, o antigo roteador que em muitas escolas fica perto da porta de entrada, precisará dar lugar a equipamentos mais completos. “É um salto qualitativo que é essencial. Estamos pensando em firewall, controle de acesso, filtro de conteúdo, com métricas para ver se a internet que chega corresponde a que foi contratada”, explica.

Uma audiência pública com as especificações aprovadas por um comitê de tecnologia do FNDE deve ser lançada em março. Por conta do período eleitoral e das regras que impedem novas contratações a partir do meio do ano, o representante do FNDE preferiu não antecipar a abertura de novos editais.

Fonte: http://porvir.org/novo-plano-de-tecnologia-oferece-mais-opcoes-e-exige-colaboracao/

 

quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Escola no contraturno usa metodologias ativas para formar pequenos inventores


Com foco na cultura maker e na aprendizagem criativa, a Escola de Inventor promove atividades extracurriculares para trabalhar ciências e desenvolver competências 

por Marina Lopes

Em cursos que recebem o nome de grandes cientistas, como Galileu Galilei, Arquimedes e Isaac Asimov, crianças e jovens aprendem matemática, ciências, robótica, programação e pensamento computacional. Tudo isso enquanto solucionam desafios e colocam a mão na massa. Essa é a proposta da Escola de Inventor, uma startup educacional de Ribeirão Preto (SP) que usa métodos ativos de aprendizagem para estimular o desenvolvimento de competências e habilidades do século 21.

Com a oferta de atividades no contraturno, a escola está baseada em pilares da cultura maker e da aprendizagem criativa. Por meio de diferentes estratégias, os alunos se envolvem na condução de projetos e são incentivados a trabalhar em equipe para executar tarefas. Para dar conta desses desafios, eles usam os métodos do design thinking, que combina pesquisa, empatia, geração de ideias e prototipações para se chegar à inovação, e do scrum, que entra no momento posterior à formatação da ideia para ajudar os alunos a dividirem pequenas partes de um projeto, elencando prioridades e o tempo de execução de cada etapa.

A escola funciona no interior paulista desde julho de 2015 e surgiu a partir de uma necessidade identificada pelos idealizadores. “Percebemos que a educação tinha um déficit na parte de trabalho em equipe e resolução problemas voltados para o século 21″, conta Fábio Javaroni, coordenador da Escola de Inventor.

O que no início eram apenas aulas de programação e robótica, segundo ele, evoluíram para a experimentação de assuntos de ciências e matemática de forma prática. “Pegamos um pequeno grupo de alunos e começamos a dar aulas, mas chegou um momento em que percebemos que eles mais copiavam do que absorviam os conteúdos”, recorda, ao mencionar que a adoção de metodologias ativas garante maior envolvimento dos estudantes e também ajuda a desenvolver habilidades de comunicação, trabalho em equipe e criatividade.

Em diferentes cursos oferecidos pela escola, que envolvem aulas semanais de 2 horas, tudo começa com um questionamento. “Instigamos a curiosidade das crianças e jogamos uma pergunta para elas”, explica o coordenador. Para solucionar o desafio proposto, as crianças precisam colocar a mão na massa, experimentar e aprender a lidar com o erro.

“Damos um objetivo, e as crianças precisam cumprir da melhor maneira possível”, diz Thiago Pantaleão, professor dos métodos de design thinking e scrum da Escola de Inventor. Ele ainda conta que os alunos são livres para pensarem nos caminhos de resolução de cada problema. “Fizemos com eles um foguete de papel, e um menino teve a ideia de colocar um paraquedas na ponta do foguete para ver o que acontecia quando ele era lançado. Em um desafio com carrinhos de LEGO, eles também fizeram construções em formatos absurdos que davam certo”, exemplifica.

Com a missão de construir um avião que pudesse planar por algum tempo no ar, a aluna Ana Maria Tonetto Figueiredo, 12, precisou fazer vários testes e teve que aprender a calcular do centro de gravidade do objeto. “A gente não fez aqueles aviões de papel que você joga e depois cai. Foi bem legal colocar a mão na massa“, conta.

As aulas e projetos no contraturno, segundo ela, também já foram úteis para desenvolver trabalhos da sua escola regular. “Teve coisas que ficaram mais fáceis, como por exemplo alguns projetos de ciências que a gente faz. Eu fui muito melhor”, avalia a menina, que está no sétimo ano do ensino fundamental. “Eu também já usei o [método] do scrum para fazer a maquete de uma estação de tratamento de água na escola.”

Ana participa dos cursos da escola de inventores desde que tinha 10 anos. “Colocar a mão na massa foi o que nos motivou a procurar a escola. Ela também sempre teve muito interesse pela ciência, esse foi outro motivo”, diz o pai da aluna, o professor Luis Gustavo Figueiredo, 43.

Já o engenheiro Paulo Cassim, 45, diz que procurou a escola para o filho por gostar muito da área de exatas e tecnologia. “Como o André também gosta muito disso, optamos por dar essa oportunidade para ele”, conta o pai.

Entre as aulas de inglês e italiano, na agenda de atividades extracurriculares do menino também estão os projetos da Escola de Inventor. “Eles conseguem explicar as coisas de um jeito bem simples e tentam dar muitos exemplos”, opina André Cassin, 13. No oitavo ano do ensino fundamental, ele conta que está vendo plano cartesiano na sua escola, mas já tinha aprendido esse conteúdo nas atividades do contraturno. “A gente viu plano cartesiano para montar programas de computador. Eu não tive dificuldade quando a professora começou a explicar na escola, mas percebi que alguns alunos não entenderam.”

Com a experiência adquirida nos cursos extracurriculares, o coordenador Fábio Javaroni diz que, nos próximos anos, a ideia é transformar a Escola de Inventor em uma instituição regular de ensino fundamental. “Queremos fazer uma escola em que os alunos tenham total protagonismo, abrangendo os conteúdos da BNCC (Base Nacional Comum Curricular)“, conclui.

Fonte: http://porvir.org/escola-no-contraturno-usa-metodologias-ativas-para-formar-pequenos-inventores/

 

terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Investimento para ampliar o ensino de robótica

Matéria exibida no Bom Dia Brasil no dia 23 de janeiro de 2018 "Governo investe R$ 100 milhões para ampliar ensino de robótica".

Clique na imagem e assista o vídeo
https://globoplay.globo.com/v/6441050/programa/

Iniciativa beneficiaria escolas públicas, mas educadores ponderam que a falta de planejamento já levou outros bons projetos ao fracasso.

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

4 riscos do uso incorreto da tecnologia nas escolas

 

Pesquisadora discute a ameaça à privacidade de dados dos alunos e a ética na relação entre escolas e empresas que fornecem equipamentos e sistemas

 

por Diane Ravitch, para o EdSurge

Em qualquer momento do dia, estou ligada ao meu celular, meu iPad ou meu computador. Como escritora, eu me converti cedo ao computador. Comecei a escrever em um TRS-80, em 1983, no maravilhoso software de edição de textos chamado WordPerfect, que desapareceu misteriosamente. Eu tinha dois TRS-80, porque um deles estava sempre no conserto. Eu amo o computador por muitas razões. Eu não precisava mais cobrir meus erros com corretivo; e não precisava mais redigitar um artigo inteiro por causa dos erros. Minha caligrafia é quase completamente ilegível. O computador é uma dádiva de Deus para um escritor e editor.
Eu tenho visto professores que usam tecnologia para inspirar investigação, pesquisa, criatividade e entusiasmar. Eu entendo o que é uma ferramenta poderosa.
Mas também está cheio de riscos, e a indústria da tecnologia não tem agido o suficiente para solucioná-los.

Veja os guias do Porvir e se aprofunde no assunto

Risco 1: Ameaça à privacidade dos estudantes
 
O risco um é a invasão da privacidade dos alunos, utilizando dados das empresas de tecnologia coletadas quando os estudantes estão online. A história de inBloom é um caso exemplar. Financiado em 2014 com US$ 100 milhões da Fundação Gates e da Carnegie Corporation, a InBloom pretende coletar enormes quantidades de dados de alunos pessoalmente identificáveis ​​e usá-lo para “personalizar” a aprendizagem para cada aluno.
Os pais ficaram alarmados com o plano de colocar os dados de seus filhos na nuvem online e se mobilizaram em comunidades e estados para deter a inBloom. Eles não ficaram nem um pouco impressionados com as possibilidades de ensino orientado por dados como os empreendedores que promovem a InBloom. Os pais ganharam. Um estado após o outro nos EUA pularam fora e a inBloom entrou em colapso.
Embora a inBloom esteja morta, a ameaça para a privacidade dos alunos não é. Cada vez que um aluno faz digita algo, um algoritmo em algum lugar está coletando informações sobre ele. Os seus dados serão vendidos? O benefício para empreendedores e corporações é claro; o benefício para os alunos não é.

Risco 2: Proliferação de “aprendizagem personalizada”
 
A aprendizagem personalizada, ou “educação baseada em competências”, são ambos eufemismos para ensino adaptativo por computador. Novamente, uma rebelião dos pais está se formando, porque eles querem que seus filhos sejam ensinados por um ser humano e não por um computador. Eles temem que seus filhos sejam mecanizados, padronizados, submetidos ao ensino despersonalizado, e não à “aprendizagem personalizada”. Enquanto muitos empresários estão investindo em software para capturar essa indústria em expansão, ainda não há evidências sólidas de que os alunos aprendam mais ou melhor quando ensinados por um computador.

Risco 3: Uso extensivo de tecnologia para avaliação
 
A tecnologia é altamente compatível com provas padronizadas, o que encoraja a elaboração de questões padronizadas e de respostas padronizadas. Se o objetivo do aprendizado é ensinar a criatividade, a imaginação e a tomada de riscos, a avaliação deve encorajar os alunos a serem pensadores críticos, não aceitando o saber convencional e checando a resposta correta. Além disso, a capacidade dos computadores para avaliar as redações ainda está aquém do esperado e pode continuar assim. O professor Les Perelman no MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts, EUA) demonstrou que os ensaios cujas notas foram dadas por computador podem obter altas pontuações com bobeiras que as máquinas não têm a “inteligência” para raciocinar ou entender o que mais importa na escrita.

Risco 4: Dinheiro em Edtech
 
A indústria de tecnologia usa seu dinheiro de forma duvidosa para vender seu produto. O mercado de tecnologia está crescendo, e uma grande indústria está pairando em torno das escolas, ansiosa por seus negócios. Em novembro de 2017, o New York Times denunciou uma série de práticas comerciais ilegais da indústria de tecnologia no condado de Baltimore. Foram revelados casos de suborno (o popular jabaculê), tráfico de influência e pagamento de encontros e jantares caros para funcionários das escolas, o que resultou em quase US$ 300 milhões de gastos em computadores que receberam avaliação baixa por avaliadores e logo ficaram obsoletos. Isso, em um distrito que negligenciou a manutenção básica de infraestrutura de alguns de seus edifícios.
O maior medo dos pais e professores é que a indústria tecnológica queira substituir professores por computadores. Eles temem que os líderes empresariais queiram reduzir custos ao substituir seres humanos caros por máquinas baratas, que nunca requerem cuidados de saúde ou uma previdência social. Eles acreditam que a educação requer interação humana. Eles preferem experiência, sabedoria, julgamento, sensibilidade, sensatez e compaixão dentro da sala de aula do que a frieza e a estática superioridade das máquinas.
Eu concordo com eles.

* Diane Ravitch é pesquisadora em educação na Universidade de Nova York e historiadora da educação. É fundadora e presidente da NPE (Network for Public Education) e autora do blog dianeravitch.net. Texto publicado originalmente no EdSurge e reproduzido mediante autorização

Fonte: http://porvir.org/4-riscos-do-uso-incorreto-da-tecnologia-nas-escolas/